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Vítimas de desastres, como o do Rio Grande do Sul, devem ser acolhidas com escuta ativa e humanizada. A orientação é do Ministério da Saúde, que disponibilizou um conjunto de materiais com recomendações para esse atendimento.
Um deles, trata dos primeiros cuidados psicológicos em desastres e emergências. Isso porque as perdas de pessoas próximas, e até mesmo materiais, como a casa, além do trabalho e até de rotinas podem afetar o bem-estar psicológico e a saúde mental.
Em um dos vídeos publicados pelo Ministério da Saúde, a psicóloga do SUS, Débora Noal, explica que, neste primeiro momento, é preciso saber escutar.
“É importante estar atento. É importante se conectar. É importante reconhecer de verdade esse sofrimento. Não minimizar, não suavizar, nunca comparar. Então, às vezes, a gente na ânsia de poder ajudar, a gente traz um comparativo. ‘Mas pelo menos você não perdeu ninguém da sua família’. ‘Você só perdeu a casa.’ Não existe ranqueamento. O que a pessoa está dizendo que é o sofrimento, a origem daquele luto ou daquela dor, nós reconhecemos, nós acolhemos e a partir desse acolhimento, a gente pensa junto com ela qual seria a melhor estratégia”.
Outro material, trata de perdas e lutos que, em situações como a vivida pelos gaúchos, são de vários tipos, desde familiares até espaços de referência, convívio e identidade.
Nessas situações, sempre que possível, os lugares de acolhimento devem ter objetos próprios dos acolhidos no local. Isso pra reforçar a sensação de pertencimento e identidade.
Para a psicóloga Adriana Cogo, que também participa do vídeo do Ministério da Saúde, é preciso respeitar o luto de cada um.
“O luto é uma reação normal e esperada na vida das pessoas diante de perdas significativas. E ele é um processo de cicatrização. É um tempo que as pessoas precisam para conseguir se entender no mundo que agora está tão diferente. É um processo que ajuda a gente a encontrar significado para tudo aquilo que está acontecendo na vida. É sempre individual. As pessoas vivem os seus lutos únicos. Se expressam da maneira que é possível para cada um. Só são diferentes entre si. Portanto, as suas manifestações vão ser diferentes também e precisam ser acolhidas”.
Os materiais publicados ainda falam sobre as condições dos abrigos para crianças. Elas precisam de banheiros limpos e seguros, lugar confortável para dormir, um local pra brincar, alimentação e água. E devem ficar junto às próprias famílias, com identificação. Só devem ser separadas por violência familiar ou por determinação da Justiça, quando passam a ser acompanhadas pelo Conselho Tutelar e pela Assistência Social.
Os profissionais que atuam em situações de desastres podem acessar o material do Ministério da Saúde no endereço: vigiar-esp.saude.gov.br.
liliane.farias
Fonte: Agencia Brasil.
Mon, 20 May 2024 22:51:21 +0000