Kiev impulsiona ‘desrussificação’ na cultura, educação nas ruas

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Livros usados em russo se acumulam na livraria Siayvo em Kiev

As pessoas os carregam em malas ou caixas para reciclar, em um sinal da ‘desrussificação’ em curso na Ucrânia desde o início da invasão.

Yulia Sidorenko chegou a se desfazer de todas as suas obras em língua russa sem remorso, embora gostasse de algumas delas.

“Ganhei esses livros quando completei 20 anos, com dedicatórias dos meus amigos. Tirei uma foto”, contou à AFP.

Imagem de Nadine por Pixabay 

Uma jovem de 33 anos mostra uma coleção de contos de fadas de sua infância. “Estou convencida de que meus filhos nunca lerão as histórias russas. Desde 24 de fevereiro, os livros russos não têm mais lugar na minha casa”, afirmou.

O dinheiro obtido com a reciclagem das obras será destinado à compra de um veículo para o exército ucraniano.

Em dois meses recolhemos 25 toneladas de livros, cuja reciclagem nos rendeu 100.000 grivnas, cerca de 2.700 dólares, explicou a livreira Iryna Sazonova.

Também está em questão o museu Mikhail Bulgakov, no centro de Kiev, onde o escritor russo viveu por 13 anos.

O sindicato dos escritores ucranianos solicitou diretamente seu fechamento. Bulgakov é acusado pelos ucranianos de ser imperialista e ‘ucranianofóbico’, especialmente em seu livro “A Guarda Branca”, protagonista da exposição do museu.

Em frente ao museu, as opiniões dos transeuntes se dividem. Para Anton Glazkov, professor de 27 anos, o fechamento seria uma má notícia “porque guerra e obras de arte nem sempre estão ligadas”.

Por outro lado, Dmitro Cheliuk, de 45 anos, que administra uma loja de roupas do outro lado da rua, julga que “chegou a hora de desrussificar e remover o Império Russo das nossas ruas”.

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