Além dos cuidados com a realização de exames durante a gestação, outra medida importante, muitas vezes esquecida, é a vacinação. As vacinas neste período ajudam a evitar quadros de infecção nas mulheres e garantem a proteção passiva do recém-nascido, como explica Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações:

“Há uma janela de desproteção da criança entre o nascimento e o primeiro ano de vida, especialmente nos primeiros seis meses, onde as vacinas aplicadas na criança ainda não completaram a sua proteção. Dessa maneira, ao imunizar a grávida e ela conseguir produzir esses anticorpos que possam ser ultrapassados pela placenta e alcançadas na corrente circulatória do bebê, nós trazemos uma proteção indireta, chamada proteção passiva, porque ela é transmitida passivamente da mãe para o bebê nos primeiros meses de vida”.

De acordo com o Programa Nacional de Imunizações, as vacinas recomendadas às grávidas são: hepatite B recombinante; difteria e tétano; e difteria, tétano e coqueluche. Além dessas, deve-se administrar as vacinas contra influenza e covid-19, conforme orientação das campanhas sazonais. 

Durante a gravidez, não devem ser aplicadas as vacinas do HPV, varicela e a tríplice viral. Outro imunizante que demanda atenção é o da febre amarela, não indicado para as gestantes e lactantes com bebês menores de 6 meses.

Tamires Castro é corretora de imóveis e espera a primeira filha. Ela não sabia que precisava se vacinar durante a gestação.

“Eu descobri que existiam vacinas específicas que eu deveria tomar no período de gestação. Eu sempre tive esse hábito de me vacinar, muito por conta da minha mãe. E aí, com a gestação, eu descobri que eu deveria me vacinar com vacinas diferentes daquelas que eu sabia, né?”, explica a corretora.

Tamires também deixa uma mensagem de incentivo à vacinação para as futuras mamães:

“É você confiar no que você fez na sua vida inteira, que foi se vacinar”.

Além disso, as mamães devem ficar atentas para a amamentação. De acordo com o Unicef, o leite materno é a primeira vacina do bebê, e as crianças que são amamentadas ficam menos doentes.

As vacinas citadas na matéria são oferecidas pelo SUS.